terça-feira, 21 de julho de 2020

NACIONALIDADE PORTUGUESA: TRANSCRIÇÃO DE CASAMENTOS BRASILEIROS EM PORTUGAL

      


Olá, a todos! Hoje vamos falar sobre transcrição de casamentos celebrados no Brasil para valerem em Portugal, o que é, como fazer, quem precisa fazer entre outras coisas.

A transcrição do casamento em Portugal nada mais é do que fazer valer o casamento celebrado em outro país no ordenamento jurídico. Isso pode ser feito em qualquer conservatória de registo civil em Portugal pessoalmente, e em algumas por correio. O prazo para finalização depende muito da conservatória, se recebe por correio, sé é grande com muitos funcionários etc. Também é possível efetuar a transcrição do casamento junto a um consulado português o Brasil. Eu mesma fiz o da minha mãe e o meu no consulado do Rio de Janeiro. A diferença é que algumas vezes os consulados pedem documentos a ais do que seria necessário enviando diretamente para Portugal e cobram um pouco mais, além de na maioria dos casos demorar para conseguir agendar um dia para ir lá fazer. Sendo assim, melhor medir os prós e contra. Enviando para Portugal a media de tempo para ficar pronto tem sido entre dois e três meses (na CRC Ponta Delgada, pois ela só atende transcrições pelo correio, não faz nacionalidades, então não fica tão sobrecarregada. Outras conservatórias que recebem por correio são as de Ovar, Tondela, Vila Nova de Gaia entre outras. A do Porto, a famosa ACP, não faz transcrições de casamento.

Vamos agora elencar quais os documentos necessários para essa solicitação:

1)  Assento de nascimento do cônjuge português – No caso de nascimento posteriores a 1911 basta uma cópia simples (como expliquei em post anteriores) pois a conservatório e/ou consulado terão como acessar oficiosamente o registro online. No caso de nascimentos anteriores a 1911 é necessário pedir ao Arquivo Distrital do nascimento uma cópia certificada do assento de batismo (também explicado como fazer em posts anteriores);
2) Certidão de nascimento de inteiro teor digitada e apostilada do cônjuge brasileiro;
3) Cópia do documento de identidade do requerente (que pode ser um dos cônjuges, filho ou neto destes. Apenas no caso de neto é necessário enviar uma copia apostilada da certidão de nascimento desse neto onde conste o nome dos avós para comprovação), autenticado. Eu aconselho também apostilar a cópia, visto que algumas conservatórias pedem outras não.  Melhor pecar pelo excesso que pela falta;
4) Requerimento solicitando a transcrição do casamento. Existem 2 tipos de requerimento, um no qual um dos cônjuges faz o pedido e outro no qual o filho ou o neto fazem;
5) Valor a pagar €120,00 (cento e vinte euros). Infelizmente para o caso de transcrição de casamento ainda não é possível pagar por cartão de credito direto aqui do Brasil, somente por meio de Vale Postal.

Há circunstâncias em que a transcrição de casamento é imprescindível, são elas:
a) Quando ambos os pais (pai e mãe) são portugueses.
b) Quando a mãe portuguesa alterou o nome devido ao casamento;
c) Em nascimentos anteriores a 1981, pais casados e mãe portuguesa não foi a declarante na certidão de nascimento do filho.

Em alguns casos, algumas conservatórias, como ACP no Porto, aceitam fazer a atribuição sem transcrição do casamento do pais quando o pai/mãe português tiver sido o declarante na certidão de nascimento dos filhos. Porém, notar que se a mãe portuguesa foi a declarante, mas alterou o nome quando casou vão pedir a transcrição para comprovar a mudança de nome dela. Por isso, quando pai português foi o declarante, normalmente o pai não troca de nome quando casa, os processos são liberados sem problemas.

A partir de 1981 com nova lei de nacionalidade portuguesa passaram a considerar que a presunção de maternidade ou paternidade ficaria concretizada bastando na certidão de nascimento do filho vir mencionada quem era a mãe ou o pai. Não sendo necessário nenhum comprovativo na menoridade.

No entanto, já soube de casos na ACP que caiu em exigência pedindo a confirmação da maternidade na menoridade mesmo para filhos nascidos após 1981. Como tudo em Portugal depende muito de quem analisa o processo. AS conservatórias que não criam problemas são Tondela, Vila Nova de Gaia, Ovar, Guimarães pelo que já me confirmaram.

Há muitas coisas que se deve ter em conta ao enviar a transcrição de casamento. Se for pelo consulado, com certeza vão pedir mais documentos. Enviando direto para Portugal precisa ver direitinho qual a conservatória vai enviar, se realmente recebem pelo correio. É sempre bom enviar um e-mail antes e confirmar, inclusive solicitando o modelo de requerimento utilizado. Existem modelos online, mas é sempre bom ver se a conservatória tem algum que prefere.

Algumas pessoas tem grande dificuldade em conseguir a certidão de nascimento do cônjuge brasileiro, pois às vezes são muito antigos, não se sabe onde nasceu, não se sabe qual cartório foi registrado. Esses casos podem ser bem complicados, envolvendo buscas em vários lugares, mas normalmente se consegue.

É possível também solicitar a transcrição com a supressão da certidão de nascimento do cônjuge brasileiro. Algumas conservatórias aceitam, como 4ªCRC no Porto. Deve-se juntar então certidões negativas emitidas em cartórios da região de nascimento informando que depois de buscas não foi encontrada a certidão, juntar também documentos como RG, passaporte, CHN, qualquer coisa que possa provar a identidade do cônjuge como brasileiro. Há um requerimento especifico para isso e uma taxa extra a ser paga. Algumas conservatórias (como CRC Ponta Delgada) aceita, no caso de nascimentos antigos, que se envie uma certidão de batismo emitido pela paróquia onde foi batizado. Sempre, no entanto, é melhor confirmar com a conservatória se aceita esse tipo de documentação.

Há muitas hipóteses e senões a serem considerados, sendo cada caso um caso, que deve ser analisado em separado para que não tenha nenhum problema na finalização da transcrição. Dei apenas um apanhado dos principais casos que podem ocorrer.

Semana que vem sobre como corrigir certidões de nascimento brasileira divergente das certidões portuguesas. Até lá!

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